EDUCACIÓN EN CIENCIA, TECNOLOGÍA Y SOCIEDAD (CTS) EN AMÉRICA LATINA: UNA PERSPECTIVA HUMANÍSTICA Y EMANCIPADORA
DOI:
https://doi.org/10.17227/01203916.6029Palabras clave:
N CIENCIA, TECNOLOGÍA Y SOCIEDAD (CTS)Resumen
Escribir unas palabras con tono académico para un colega y amigo que nos ha dejado un legado significativo, resulta difícil y trae a nuestra memoria recuerdos compartidos sobre la necesaria humanización y transformación de la educación en ciencias. Como todos los intelectuales comprometidos con el movimiento CTS, conocí a Wildson a través de su escrito legendario titulado Educação em Química: compromisso com a cidadania, obra que fue publicada en 1997 y cuyas líneas nos invitan a dialogar sobre la educación CTS en el ámbito internacional y latinoamericano. Después tuve la oportunidad de departir con Wildson en el Encuentro Nacional de Eduación en Química desarrollado en el 2008 en Curitiba, Brasil, y tuve la fortuna de contar con su presencia como parte del jurado de mi tesis de doctorado sustentada en agosto de 2010. Así inicié mi contacto con la vasta y representativa obra de un gran pensador freireano y, en consecuencia, me acerqué a un ser humano sencillo, fraterno y sobre todo comprometido con un proyecto educativo crítico y emancipador.
Descargas
In memoriam Wildson Luiz Pereira dos Santos
Escrever 1 umas palavras com viés acadêmico para um colega e amigo que tem nos deixado um legado significativo, resulta difícil e traz, à nossa memória, lembranças compartilhadas sobre a necessária humanização e transformação da Educação em Ciências. Como todos os intelectuais comprometidos no movimento Ciência-Tecnologia-Sociedade (CTS), conheci Wildson por meio do seu texto legendário intitulado: Educação em Química: compromisso com a cidadania, obra publicada em 1997 e cujas linhas nos convidam a discutir sobre a educação CTS no âmbito internacional e latino-americano. Em seguida, tive a oportunidade de participar com Wildson do Encontro Nacional de Educação em Química, realizado no ano de 2008, em Curitiba/Brasil e, felizmente, contei com a sua presença como membro titular da banca em minha tese de doutorado, apresentada em agosto de 2010. Dessa forma começou meu contato com a vasta e representativa obra de um grande pensador freireano e, consequentemente, aproximei-me de um ser humano simples, fraterno, mas, sobretudo, muito comprometido com um projeto educativo crítico e emancipador.
Junto com outros colegas brasileiros, acompanhamos Wildson na importantíssima ação de concretar um posicionamento latino-americano nos Seminários Ibero-americanos da Ciência, Tecnologia e Sociedade. O grande esforço do nosso colega foi bastante evidente no bem-sucedido seminário realizado em Brasília, em julho do ano 2010; desde aquele momento converteu-se em um defensor incansável da educação CTS, mantendo coerentemente seus ideais na Associação Ibero-americana CTS, na qual participou como membro do conselho diretivo até os seus últimos dias.
A obra de Wildson é difícil de descrever, mas ao correr o risco de fazê-lo, podemos identificar cinco temáticas fundamentais: a caracterização do desenvolvimento do movimento CTS no contexto latino-americano; a educação em ciências para a formação cidadã; a construção coletiva dos livros didáticos de Química com enfoque CTS; a abordagem dos assuntos sociocientificos; e, finalmente, as relações entre a educação CTS e a educação ambiental.
Em Santos e Schnetzler (2003) temos uma contextualização sobre a origem, desenvolvimento e consolidação histórica da educação CTS no contexto latino-americano. Ali existe uma ênfase na formação de sujeitos comprometidos com sua própria cidadania, a qual representa uma conquista do ser humano como sujeito de direitos. A contribuição principal desta obra está representada pela formulação de um novo paradigma à educação em química, orientada para a formação da cidadania, baseando-se em cinco princípios fundamentais: (1) a participação ativa dos estudantes como cidadãos responsáveis na tomada de decisões relacionadas com o desenvolvimento cientifico e tecnológico; (2) a Abordagem dos temas químicos em uma visão interdisciplinar; (3) A contextualização social dos conteúdos químicos; (4) O desenvolvimento de procedimentos baseados no construtivismo; e (5) O planejamento e progresso dos processos de ensino-aprendizagem como inerentes ao exercício do professor, como pesquisador da sua pratica.
Os princípios mencionados anteriormente foram cristalizados na construção coletiva de livros didáticos realizados com professores e pesquisadores que atualmente apoiam a Educação em Química, no Ensino Médio do Brasil (Santos e Mól, 2013a, 2013b, 2013c). Esses livros abordam os conceitos, teorias e modelos centrais da química de maneira articulada com os aspetos socioambientais, tais como: O consumo sustentável; a poluição atmosférica; as propriedades das sustâncias e a agricultura; os produtos químicos; os recursos energéticos e a energia nuclear; os alimentos e as funções orgânicas; a química na beleza e na saúde; a indústria química, baterias e contaminação; a nanotecnologia. O ensino destas temáticas interessantes para os estudantes implicam, necessariamente, uma formação do professor, fundamentada na construção da autonomia docente; o desenvolvimento do ensino desde a pesquisa temática proposta por Paulo Freire; a interdisciplinaridade; e o conhecimento sobre as interações ciência, tecnologia, sociedade e ambiente.
Enquanto à aproximação dos assuntos sociocientíficos, Santos e Mortimer (2002) destacam a importância de trabalhar na aula, temas problemáticos científicos e(ou) tecnológicos, de tal maneira que permitam questionar a supervalorização da ciência moderna como o mito da neutralidade do progresso tecnocientífico. Nessa orientação, Santos (2008) propõe trabalhar esses assuntos de acordo com as suas dimensões políticas dirigidas à construção de uma sociedade com justiça e igualdade social. Além disso, essa abordagem apresenta uma ressignificação da educação em ciências conforme uma perspectiva libertadora, posto que o seu caráter político favorece o questionamento da ideologia imposta pela racionalidade tecnocrática.
As contribuições de Santos e Mortimer (2009) consideram a abordagem de 12 assuntos ou questões sociocientíficas como um processo educativo que contribui à construção de conhecimentos e capacidades aos cidadãos, de tal forma que lhes permitam participar responsavelmente nas controvérsias cientificas e tecnológicas do mundo contemporâneo.
Por outra parte, os aportes de Santos (2012) sobre as relações entre a educação CTS e a educação ambiental, podemos destacar que as duas perspectivas se aproximam desde uma visão crítica da educação porque têm objetivos semelhantes orientados à construção de uma sociedade mais justa e fundamentada em princípios da sustentabilidade, implicando a superação do modelo de desenvolvimento atual, que tem usado a ciência e a tecnologia como instrumentos de progresso econômico e que favorecem a produção de quaisquer tipos de elementos presentes nas práticas altamente consumistas dos cidadãos. Muito além das diferentes denominações que possam se atribuir à educação CTS, o mais importante é construir um significado que seja possível a formação cidadã dos estudantes nos diferentes níveis educativos, de maneira tal que os capacitem para a transformação das desigualdades das sociedades atuais, especialmente as latino-americanas.
O pensamento aberto e dialógico do Professor Wildson possibilita uma apresentação dos artigos que compõem o seguinte número da TED, já que alguns deles estão relacionados diretamente com a sua obra. Começamos com o artigo sobre as concepções da natureza da ciência, assunto que tem sido estudado como uma preocupação da educação CTS. Nele é apreciada uma análise das concepções de cinco professores de química que trabalham na educação chilena; expõem-se tensões frente às dimensões de pesquisa e os postulados construtivistas - relativistas/empiristas - realistas. Outro artigo relacionado com a obra do professor Wildson é aquele sobre as salas verdes como estruturas democratizadas para o acesso à informação socioambiental; além de entender o mesmo como um artefato cognitivo na educação ambiental que permita conhecer a atividade da formação dos educadores ambientais no Brasil. Também se ressalta o artigo sobre as imagens da ciência nos textos universitários, que observou a necessidade de reconhecer o sentido histórico do conhecimento e a pertinência da atividade experimental.
Finalmente, convidam-se os leitores a estudarem criticamente o conteúdo dos artigos publicados na presente edição e, assim como fez o nosso colega Wildson que, além do seu importante legado acadêmico na educação CTS, contribuiu com a comunidade de pesquisadores e professores da educação em ciências e tecnologia, em suas diferentes palestras e participações nos coletivos das avaliações de publicações cientificas, tais como as representadas pela revista TED.
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2017 TED: Tecné, Episteme y Didaxis
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial 4.0.
Todo el trabajo debe ser original e inédito. La presentación de un artículo para publicación implica que el autor ha dado su consentimiento para que el artículo se reproduzca en cualquier momento y en cualquier forma que la revista Tecné, Episteme y Didaxis: TED considere apropiada. Los artículos son responsabilidad exclusiva de los autores y no necesariamente representan la opinión de la revista, ni de su editor. La recepción de un artículo no implicará ningún compromiso de la revista Tecné, Episteme y Didaxis: TED para su publicación. Sin embargo, de ser aceptado los autores cederán sus derechos patrimoniales a la Universidad Pedagógica Nacional para los fines pertinentes de reproducción, edición, distribución, exhibición y comunicación en Colombia y fuera de este país por medios impresos, electrónicos, CD ROM, Internet o cualquier otro medio conocido o por conocer. Los asuntos legales que puedan surgir luego de la publicación de los materiales en la revista son responsabilidad total de los autores. Cualquier artículo de esta revista se puede usar y citar siempre que se haga referencia a él correctamente.